terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Novas aquisições - Dezembro/2012 - Normas



Association Française de Normalisation. Procédés de désinfection des surfaces par voie aérienne: détermination de l'activité bactéricide, fongicide, levuricide et sporicide. Paris: AFNOR, 2009. 30 p. il. Inclui bibliografia; ISSN 0335-3931.

Organização Internacional de Normalização. Non-active surgical implants - general requirements. Switzerland: ISO, 2008. 14 p. tab.

Organização Internacional de Normalização. Implants for surgery - two-part addition-cure silicone elastomers. Switzerland: ISO, 2001. 14 p. tab.

Organização Internacional de Normalização. Laboratory glassware - single-volume pipettes. Switzerland: ISO, 2008. 8 p. tab.

Organização Internacional de Normalização. Laboratory glassware - burettes Switzerland: ISO, 2005. 12 p. tab.

Organização Internacional de Normalização. Laboratory glassware - graduated pipettes Switzerland: ISO, 2007. 12 p. tab.

Organização Internacional de Normalização. Laboratory glasware - volumetric instruments - methods for testing of capacity and for use. Switzerland: ISO, 2010. 21 p. tab.

European Committee for Standardization. Chemical disinfectants and antiseptics - Quantitative suspension test for the evaluation of bactericidal activity in the medical area - Test method and requirements (phase 2, step 1) . Brussels, 2012. 52. ISBN 978 0 580 68275 9. il.; tab.; Inclui bibliografia.

European Committee for Standardization. Chemical disinfectants and antiseptics - Basic sporicidal activity - Test method and requirements (phase 1, step 1) . Brussels, 2005. 39 p. tab. ISBN 058045807 5. Inclui bibliografia.

European Committee for Standardization. Chemical disinfectants and antiseptics - Quantitative suspension test for the evaluation of fungicidal activity of chemical disinfectants for instruments used in the medical area - Test method and requirements (phase 2, step 1) . Brussels, 2005. 39 p. tab. ISBN 0580430898. Inclui bibliografia.

European Committee for Standardization. Chemical disinfectants and antiseptics - Quantitative carrier test for the evaluation of fungicidal or yeasticidal activity for instruments used in the medical area - Test method and requirements (phase 2, step 2) . Brussels, 2005. 39 p. tab. ISBN 0580430898. Inclui bibliografia.

European Committee for Standardization. Stainless steels - part 1: list of stainless steels. Brussels, 2005. 38 p. tab. ISBN 0580463354. Inclui bibliografia.

European Committee for Standardization. Stainless steels - part 2: technical delivery conditions for sheet/plate and strip of corrosion resisting steels for general purposes. Brussels, 2005. 43 p. tab. ISBN 0580463362. Inclui bibliografia.

European Committee for Standardization. Chemical disinfectants and antiseptics - quantitative suspension test for the evaluation of bactericidal activity of chemical disinfectants and antiseptics used in food, industrial, domestic and institutional areas - test method and requirements(phase 2,step 1). Brussels, 2009. 45. Inclui bibliografia.

European Committee for Standardization. Chemical disinfectants and antiseptics - quantitative suspension test for the evaluation of bactericidal activity of chemical disinfectants and antiseptics used in food,industrial, domestic and institutional areas - test method and requirements(phase 2,step 1). Brussels, 2010. 44. Inclui bibliografia.

Radio Corredor NCE: MPF denuncia reitor da UFRJ por desvio de mais de R$ 50 milhões

Radio Corredor NCE: MPF denuncia reitor da UFRJ por desvio de mais de R$ 50 milhões

'Apagão científico' no Instituto de Nicolelis'

Instituto de Nicolelis enfrenta 'apagão científico'
Após saída de boa parte da equipe, há 18 meses, IINN nada produziu, mas neurocientista continua recebendo volumosas verbas do governo
HERTON ESCOBAR - O Estado de S.Paulo

O Instituto Internacional de Neurociências de Natal (IINN), inaugurado no início de 2007 sob o comando do neurocientista Miguel Nicolelis, passa por um apagão científico desde julho de 2011, quando praticamente toda sua equipe de pesquisadores, técnicos e alunos (mais de 90 pessoas no total) abandonou o projeto e fundou um outro centro de pesquisa na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), batizado de Instituto do Cérebro (ICE).
 
Desde então, o IINN não publicou nenhum trabalho científico novo. Sua equipe de pesquisadores residentes foi reduzida a seis cientistas sem vínculos acadêmicos e três estudantes de pós-graduação, ocupando uma infraestrutura predial e laboratorial que recebeu volumes expressivos de recursos públicos nos últimos oito anos, bem acima dos padrões da ciência nacional.
A Associação Alberto Santos Dumont para apoio à Pesquisa (AASDAP), entidade privada sem fins lucrativos que administra o IINN, presidida por Nicolelis, já tem garantido R$ 41,8 milhões em novos recursos do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e suas agências para fins de pesquisa e educação científica, segundo um levantamento feito pelo Estado, com dados do Portal da Transparência do governo federal.

"Estamos pagando para ele fazer pesquisa nos Estados Unidos? É isso que queremos saber", questiona uma liderança da comunidade científica nacional. Nicolelis é professor titular da Universidade Duke, nos EUA, e não tem vínculo empregatício com nenhuma instituição de ensino e pesquisa no País. "A contribuição pessoal dele para a ciência brasileira é zero", diz a fonte, que pediu para não ter o nome revelado, por medo de represálias. "Quem produzia a ciência era o pessoal que foi embora."
O motivo do "racha" no IINN, segundo fontes ouvidas pelo Estado, teria sido a personalidade difícil de Nicolelis, que, apesar de raramente estar presente no instituto, controlava todas as decisões a distância, desde as coisas mais banais, como a instalação de tomadas, até quem podia entrar no prédio e quais experimentos podiam ser realizados.

Nicolelis, na ocasião, minimizou o ocorrido e publicou uma carta dizendo que "o término da colaboração já estava previsto" e não representava "nenhum prejuízo na continuidade das pesquisas desenvolvidas pela equipe própria de pesquisadores contratados pela AASDAP". Na mesma hora, divulgou uma lista com os nomes de 31 cientistas estrangeiros que passariam a "colaborar permanentemente com a equipe científica do instituto, atuando como orientadores, pesquisadores e chefes de projetos".
A notícia no site do IINN era ilustrada com uma foto de Nicolelis em Brasília ao lado do então ministro da Educação, Fernando Haddad, cercados por 20 pessoas que representariam a nova equipe científica do instituto.
Quase metade das pessoas na foto, porém, era de cientistas do laboratório de Nicolelis na Universidade Duke, que retornaram aos EUA e não têm vínculo formal com o IINN. Fato que não passou despercebido por outros membros da comunidade científica.
"Ele mandou trazer pessoas de fora que, no dia seguinte, voltaram para os EUA. Não foi um procedimento decente", declarou o neurocientista Ricardo Gattass, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), um dos vários cientistas ouvidos pela reportagem que apoiaram Nicolelis no início do projeto, mas mudaram de opinião sobre ele nos últimos anos.
"A coisa mais importante na vida de um cientista é seu compromisso com a verdade", afirmou Gattass, que durante oito anos foi superintendente de Universidades e Instituições de Pesquisa da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), órgão do MCTI que deu o primeiro R$ 1,5 milhão para a criação do IINN em Natal, ainda em 2004.

Qualificações. A equipe residente que trabalha no IINN hoje é composta por seis cientistas, sendo que apenas três são pesquisadores do stricto sensu, com uma produção científica mais relevante. Juntando os seis currículos, segundo estatísticas disponíveis na base de dados Scopus (referência bibliográfica no mundo científico), a equipe tem, em média, 9,5 trabalhos publicados e 69 citações por pesquisador - bem abaixo do que se esperaria de um instituto que busca se tornar referência na neurociência mundial.
O índice H médio da equipe é 3,8 - bem abaixo do que o próprio Nicolelis disse considerar aceitável em entrevista ao caderno Aliás, do Estado, em agosto de 2011, pouco após o racha. "Um índice 10 é muito ruim, é o cara que acabou o pós-doutorado, no máximo", afirmou Nicolelis, questionando a qualificação científica dos pesquisadores que trocaram o IINN pela UFRN. "Ninguém ali tem um índice H maior do que 15; há quem tenha índice 2", disse. Um ano e meio depois, o índice H mais alto da nova equipe do IINN é 7 e o mais baixo, 1 (veja explicação sobre o índice H nesta página).
Os dados não levam em conta o currículo do próprio Nicolelis, que, apesar de presidir a AASDAP e ser o grande nome associado ao IINN, passa pouco tempo em Natal. "Ele só aparecia para gravar entrevistas e tirar foto com ministro", diz um ex-aluno.

Quando o Estado bateu à porta do instituto perguntando pelo cientista, no início deste mês, o segurança não sabia quem era o "dr. Miguel". "Faz muitos meses que ele não aparece por aqui", justificou, espontaneamente, um outro funcionário.
Nicolelis tem um índice H de 45, com 186 trabalhos publicados e mais de 8 mil citações. Um número altíssimo, que confirma sua reputação como um dos cientistas de ponta da neurociência mundial. Muitos criticam, porém, o fato de que pouco, ou quase nada, dessa ciência é produzida de fato no Brasil.
"Ninguém questiona a qualidade do Nicolelis como cientista. O problema é que ele é um bom cientista nos EUA, não no Brasil", diz um pesquisador, que também pediu anonimato.
"O Miguel é um excelente cientista, com todos os méritos", diz o neurocientista e diretor do Instituto de Ciências Biomédicas da UFRJ, Roberto Lent. "Só que, para fazer o que ele quer fazer, ele teria de se mudar para o Brasil. Não dá para fazer à distância; tem de pôr o pé na lama."
No último um ano e meio, desde o "racha", Nicolelis publicou 13 trabalhos científicos, segundo os dados disponíveis no seu currículo Lattes. Em 12, ele é o único autor afiliado ao IINN. Dentre os vários coautores estrangeiros que assinam os artigos com ele, 5 fazem parte da lista de 31 colaboradores internacionais anunciada por Nicolelis em agosto de 2011, mas seus créditos não mencionam afiliação ao IINN - apenas à Duke. Considerando a ausência de Nicolelis em Natal, muitos cientistas questionam se alguma parte dos trabalhos foi produzida no IINN.

O único trabalho que carrega o nome de outros membros da equipe residente do IINN é um estudo publicado na revista PLoS One em novembro de 2011, sobre os efeitos da implantação de eletrodos no cérebro de ratos, que tem o biólogo Marco Aurélio Freire como primeiro autor. As pesquisas que deram origem ao trabalho foram realizadas antes do "racha", quando Freire ainda era orientado pelo neurocientista Sidarta Ribeiro, ex-diretor científico do IINN e atual diretor do ICE.

Separação. Ex-aluno de pós-doutorado de Nicolelis na Duke, de 2000 a 2005, Ribeiro foi o braço direito e principal apoiador do ex-professor nos primeiros anos do projeto em Natal, referindo-se a ele em artigos na imprensa como "o Pelé da ciência brasileira". Hoje, é seu maior desafeto. No fim de julho de 2011, Ribeiro se juntou ao restante da equipe do IINN e se mudou para o ICE, que a universidade havia criado para lotar administrativamente seus professores e alunos do curso de neurociências.
Procurado, Ribeiro preferiu não comentar sobre sua relação pessoal com Nicolelis. "Nosso grupo deixou o IINN por entender que a universidade é o melhor espaço para realizar nossa tríplice missão de ensino, pesquisa e extensão", afirmou.

Fonte: http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/apagao-cientifico-no-instituto-de-nicolelis

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

A revista eletrônica de Vigilância Sanitária

Acesse














terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Curso de biossegurança on-line

Curso de biossegurança on-line. Rio de Janeiro: ENSP, 2000. 46 p. tab. (Educação a Distância - EAD/ENSP). ISBN 8587743015. Inclui bibliografia.

Kaplan e Norton na prática

KAPLAN, Robert S.; NORTON, David P. Kaplan e Norton na prática. 14. reimp. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004. 126 p. graf. ISBN 8535214690.

Manual de controle higiênico-sanitário em alimentos

SILVA JR., Eneo Alves da. Manual de controle higiênico-sanitário em alimentos. 6. ed. São Paulo: Varela, 2012. 625 p. il.

Higiene e vigilância sanitária de alimentos

GERMANO, Pedro Manuel Leal; GERMANO, Maria Izabel Simões. Higiene e vigilância sanitária de alimentos: qualidade das matérias-primas, doenças transmitidas por alimentos, treinamento de recursos humanos. 4. ed.. Barueri: Manole, 2011. 1034 p. il. ISBN 9788520431337. Inclui bibliografia.

Formas farmacêuticas e sistemas de liberação de fármacos

ANSEL, Howard C; POPOVICH, Nicholas G; ALLEN JR., Loyd V. Formas farmacêuticas e sistemas de liberação de fármacos. Tradução de Elenara Lemos-Senn. 8. ed. Porto Alegre: ARTMED, 2007. 776 p. il. ISBN 9788536307602.

Ciência e engenharia de materiais

CALLISTER JÚNIOR, William D. Ciência e engenharia de materiais: uma introdução. Tradução de Sérgio Murilo Stamile Soares. 7.ed. Rio de Janeiro: LTC, 2012. 705 p. il. ISBN 9780471736967. Inclui bibliografia; Título original: Materials science and engineering: an introduction, 7th ed..

Manual de farmacologia e terapêutica

Goodman and Gilman: manual de farmacologia e terapêutica. Editores: Laurence L. Brunton e Keith L. Parker. Porto Alegre: AMGH, 2010. ix, 1219 p. il. ISBN 9788563308122.

Fundamentos da toxicologia

OGA, Seizi; CAMARGO, Márcia Maria de Almeida; BATISTUZZO, José Antonio de Oliveira. Fundamentos da toxicologia. 3. ed. São Paulo: Atheneu, 2008. 677 p. ISBN 9788574540986. Inclui bibliografia; Vários colaboradores.

segunda-feira, 9 de julho de 2012

O Blog agora pode ser acessado pelo seu celular, experimente

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Brasileiros inovam na espectrometria de massas

Invento com jeitinho brasileiro vira capa de revista científica Com US$2,00 os brasileiros substituíram um equipamento de US$25.000,00, abrindo caminho para a popularização da espectrometria de massas. [Imagem: Schwab et al./Analyst] Jeitinho inovador Parece que o jeitinho brasileiro funciona também na ciência. Pesquisadores brasileiros desenvolveram um equipamento de alta tecnologia usando recursos inacreditavelmente simples. Jesuí Vergilio Visentainer, da Universidade Estadual de Maringá, no Paraná, liderou o desenvolvimento de uma fonte de ionização e dessorção de amostras para análise por espectrometria de massas. Trocando em miúdos, é um dispositivo inédito, sensível e portátil, que promete simplificar a análise dos componentes químicos presentes em uma amostra de material. Um equipamento desse tipo custa hoje cerca de US$25.000,00. Jesuí resolveu o problema com US$2,00. O aparelho foi construído com uma lata de ar comprimido, uma mangueirinha de soro, uma agulha de injeção e um capilar de sílica. A inovação brasileira foi considerada tão marcante e criativa que mereceu a capa da revista científica Analyst, da Royal Chemical Society.

O invento brasileiro será capa da edição de Junho da revista Analyst. [Imagem: RSC/Analyst] Espectrometria das massas A espectrometria de massa, até poucos anos atrás, era considerada uma técnica de elite, cara e complicada. Aos poucos, graças a avanços em instrumentação e ao desenvolvimento de técnicas revolucionárias de ionização, a técnica já está disponível em laboratórios de quase todo o mundo. Com a inovação brasileira, a espectrometria de massa poderá se transformar em "espectrometria das massas", popularizando-se de vez. "A ideia é ver o dispositivo disseminado, e não apenas em laboratórios de análises. Uma dona de casa poderia verificar se o tomate está contaminado, e o marido, se o vinho e a cerveja são de qualidade. Costumo brincar que a espectrometria de massas é um canivete suíço," diz o professor Marcos Eberlin, da Unicamp, que coordenou o estudo. Patente e mercado Jesuí cita ainda o exemplo das competições esportivas, onde o aparelho poderá ser usado para a realização de exame antidoping. O material a ser analisado é recolhido através do equipamento e pulverizado em um espectrômetro portátil - o exame ficaria pronto em cerca de 30 minutos. Um pedido de patente do equipamento foi feito conjuntamente pelas universidades de Maringá e Campinas, junto ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). Segundo o professor Jesuí, já há empresas interessadas em produzi-lo. fonte:http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/brasileiros-inovam-na-espectrometria-de-massas

terça-feira, 17 de abril de 2012

Acesso Livre (OA): pode uma revista mantida com recursos publicos adotar o modelo de negócio “autor-paga”?

Helio Kuramoto

Há alguns posts atrás fiz um elogio a duas revistas brasileiras que
adotaram o modelo de negócio “autor-paga” e me parece que tal elogio
tem sido utilizado para justificar o injustificável. É preciso
esclarecer que o elogio foi apenas à decisão da revista em adotar o
modelo de negócio “autor-paga”, a qual me levou ao entendimento de que
se tratava de uma decisão em busca da auto-sustentabilidade. Este
elogio foi um ato precipitado de minha parte, considerando que eu não
tinha conhecimento que uma das revistas era mantida com recursos
públicos e utilizava infraestrutura de instituição pública.
Assim, é preciso esclarecer melhor as coisas para evitar
mal-entendidos e não prejudicar o entendimento sobre Acesso Livre
(Open Access), e neste caso o meu elogio se deveu à coragem dos
editores em adotar um modelo de negócio que vem sendo adotado por
grandes editores comerciais. Consequentemente, entendi que o intuito
das revistas era ter auto-sustentabilidade, obviamente isto significa
total independência de recursos públicos.

Soube, por colegas, que os meus posts teriam sido utilizados para
reafirmar o acerto da decisão por parte da (s) revista(s) junto à sua
comunidade de autores. Longe de querer ser redundante, devo reiterar
que o movimento Open Access, visando tornar livremente acessível o
acervo de cerca de 1,5 milhões de artigos científicos que são
publicados anualmente em aproximadamente 28 mil revistas centíficas,
estabeleceu as seguintes estratégias: 1) que os pesquisadores
publicassem preferencialmente em revistas científicas de acesso livre
(Open Access) – via Dourada (Gold road); 2) que as universidades e
demais instituições de pesquisa construam repositórios institucionais
(RI), assim como as agências de fomento construam o seus repositórios
centrais (RC) e que sejam estabelecidas políticas de acesso livre
tornando obrigatório a todos os seus pesquisadores o depósito de sua
produção científica publicada em revistas científicas – via Verde
(Green Road);

Após 11 anos da adoção dessas estratégias verificou-se que a
estratégia via Verde é a que oferece melhor relação benefício/custo.
E, que por outro lado, a estratégia via Dourada é ainda muito cara e
lenta, além de ser totalmente dependente da tomada de decisão dos seus
editores, usualmente, vinculados a empresas. Como toda empresa, estas
têm como objetivo principal a obtenção de lucros. Alguns desses
editores até já lançaram revistas de acesso livre utilizando o modelo
“autor-paga”. No entanto, a taxa de publicação estabelecida por esses
editores é ainda muito cara. Então, não vale à pena publicar nessas
revistas. Assim, é preferível que os pesquisadores continuem
publicando em revistas comerciais e ao mesmo tempo façam o
auto-depósito dos artigos nos RI e RC. Essa é também a minha opinião.

No contexto mundial, observamos uma particularidade, a grande maioria
dos editores tem como suporte empresas comerciais, com infraestrutura
própria e não dependem diretamente de recursos públicos, ou seja não
são financiadas com recursos públicos.

Agora vejamos o caso das revistas científicas brasileiras. A maioria
delas são mantidas com recursos públicos provenientes de agências de
fomento, de universidades públicas ou de instituições de pesquisa
públicas. A maioria delas utilizam a infraestrutura de instituições
públicas, assim como do quadro de pessoal dessas instituições que são
também funcionários públicos. Portanto, essas revistas são totalmente
dependentes de recursos públicos.

Sempre defendi que as revistas científicas brasileiras buscassem uma
forma de se auto-sustentarem, tornando-se independentes de
financiamentos de agências de fomento e consolidassem a indústrial
editorial científica no País. Daí o meu elogio, pois, ingênuamente,
pensei que as revistas elogiadas não dependessem de qualquer recurso
público.

A questão é: seria ético ou moral e políticamente correto que essas
revistas adotem o modelo de negócio “autor-paga”, sabendo previamente
que estas são financiadas e mantidas com recursos públicos?

Evidentemente que, a adoção do referido modelo é livre e depende
apenas do interesse dos editores. Mas, se a revista já era de livre
acesso e continuará dependendo de recursos públicos, então não se
justifica a adoção deste modelo. A simples adoção do referido modelo
não é uma iniciativa aderente ao Acesso Livre, pois, acaba tornando-se
uma restrição à disseminação da informação. É preciso conhecer o
contexto sob o qual o referido modelo foi criado. Ele foi criado por
editores comerciais. Portanto, a adoção do modelo “autor-paga” deve
ser precedida de uma análise mais profunda sobre todo o contexto da
revista, de sua vinculação institucional, e de seus interesses e
propósitos. Alem disso, obviamente, a tomada de decisão deve ser em
proveito da sua comunidade usuária e autoral.

Antes de concluir este post faço as seguintes considerações:

1. Até onde eu sei, as revistas científicas que adotaram o modelo
“autor-paga” são revistas científicas comerciais, à exceção das
revistas do PLoS (Public Library of Science”) que já adotam o referido
modelo às suas revistas desde o seu nascedouro, e no que me consta, é
uma organização independente criada por editores científicos e não
dependem de recursos públicos;

2. O Acesso livre veio para facilitar o acesso às pesquisas e não para
impedir o seu acesso ou a sua disseminação

3. O conhecimento gerado por pesquisas é um bem público e como tal
deveria ser de livre acesso.

4. Assim, não posso entender como uma revista que já é mantida com
recursos públicos e fornece Acesso Livre e, como tal, deveria servir
aos interesses da comunidade científica possa adotar o modelo de
negócio “autor-paga”, isto é como dar um tiro no próprio pé.

Deixo esta questão no ar para que os leitores deste blog possam emitir
a sua opinião e debater por intermédio dos comentários via este blog.

fonte: http://kuramoto.blog.br/2012/02/09/acesso-livre-pode-uma-revista-mantida-com-recursos-publicos-adotar-o-modelo-autor-paga/
eXTReMe Tracker